quarta-feira, 1 de abril de 2009

Atentado a delegado: um crime com muitos suspeitos
Publicada em 03/09/2007 às 22h04m
RJ TV

RIO - A Polícia Federal entrou na investigação do atentado contra o delegado Alexandre Neto . Os agentes suspeitam de coação à testemunha, uma vez que no processo da máfia dos caça-níqueis, Alexandre Neto prestou depoimento acusando o ex-chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins. O secretário estadual de segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que a polícia não vai se intimidar com o atentado . Nesta segunda-feira, foi feita uma perícia no carro onde o delegado estava. Os agentes querem saber a arma usada pelos criminosos. De acordo com as primeiras informações, seria uma pistola normalmente utilizada por policiais. A Polícia Civil tem quatro hipóteses para o crime.
Delegado tem muitos inimigos
Em fevereiro de 2006, Alexandre Neto teria estacionado o carro irregularmente e acabou detido por desacato. A Polícia Militar gravou imagens da prisão. Na delegacia, os policiais militares também foram autuados por abuso de autoridade. Alexandre Neto investigou os policiais, que podem ser expulsos da corporação por envolvimento no jogo do bicho. Eles negam as acusações.
Em 2007, Alexandre Neto prestou um depoimento para a Operação Furacão, da Polícia Federal, que investiga a máfia dos caça-níqueis. Alexandre denunciou o envolvimento de policiais civis e do então chefe de polícia, e hoje deputado estadual pelo PMDB, Álvaro Lins, com a contravenção.
Lins seria responsável por um esquema de proteção ao bando comandado pelo contraventor Rogério Andrade, com a participação dos inspetores Hélio Machado, o Helinho, Jorge Luiz Fernandes, o Jorginho, e Fábio Leão, o Fabinho.
Fontes da polícia informaram que haveria uma escuta recente em que inspetores do grupo dos "inhos" planejavam se vingar de Alexandre Neto. Em abril, o jornal "O Globo" publicou que o delegado também era citado numa escuta da Polícia Federal em que a inspetora licenciada da Polícia Civil Marina Maggessi, que hoje é deputada federal, conversa com o inspetor Hélio Machado da Conceição, o Helinho, do grupo dos "inhos", e sugere que ele dê "um monte de tiros nos cornos" do delegado.
Na semana passada, Alexandre Neto encaminhou um ofício para a Secretaria de Segurança Pública denunciando que o ex-diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti, estaria trabalhando irregularmente na Delegacia de Saúde Pública. Ancillotti continua trabalhando na delegacia.
Ele já havia denunciado Ancillotti em inquérito na Corregedoria da Polícia Civil. A investigação apura supostas irregularidades praticadas no IML no período em que o médico legista esteve à frente do órgão. As acusações fazem parte de um dossiê elaborado por um ex-vice-diretor do IML. Autor do documento, o perito legista Daniel Ponte foi ameaçado de morte por dois policiais ligados ao antigo diretor. A intimidação, feita por telefone, foi confirmada em depoimento por Neto e pelo auxiliar de necropsia Alexandre Várzea, que morreu após bater de moto num carro, dia 25. Investigações indicam que o policial estava sendo perseguido ao sofrer o suposto acidente.
Além disso, Alexandre Neto investiga se policiais militares teriam envolvimento em um possível seqüestro do traficante Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, da Favela da Mangueira. O crime teria acontecido no início de 2007.
- Serão investigadas todas as pessoas que foram prejudicadas de alguma forma pelos expedientes, relatórios e notícias do delegado Alexandre Neto - afirmou o delegado Roberto Cardoso, da Delgacia de Homicídios.
O Disque-Denúncia oferece R$ 2 mil de recompensa para quem der informações que levem a captura dos autores do crime.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2007/09/03/297571605.asp

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